segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Spectreman

Simplesmente um clássico.



Axé
Zeh

domingo, 8 de junho de 2008

A Luta Continua, Companheiro!!

A luta pela cidadania de Plutão, uma bandeira antiga deste Meta-Blog, fortaleceu-se recentemente, com a publicação do artigo "The planet debate continues", de Mark Sykes, publicado na edição de março da Science. E, como noticia a Revista da Fapesp:

"O assunto promete esquentar ainda mais nos próximos meses. Em agosto, uma reunião que contará com a presença de astrônomos, professores e até mesmo de estudantes, será realizada na Universidade Johns Hopkins.

Intitulado “The Great Planet Debate: Science as Process”, o encontro pretende discutir a decisão da União Astronômica Universal e, eventualmente, sugerir nova definição de planeta a ser apresentada em futura reunião da entidade. Enquanto isso, Plutão continua sendo apenas um anão, apesar dos protestos de cientistas e estudantes. "


O artigo do Prof. Sykes, diretor do Instituto de Ciência Planetária dos EUA, está acessível apenas para assinantes. Mas um artigo na Scientific American de abril resume toda a discussão com qualidade e precisão. No mínimo dois pontos merecem ser destacados:

(i) essa discussão toda não é inócua ou excêntrica. A nova definição de planeta decidida na UAI, que derrubou o status de Plutão, veio substituir um antigo conceito que, se mantido, incorporaria outros corpos celestes, elevando o número de planetas do nosso Sistema Solar para 12. Um número que tende a crescer, à medida que se estude mais a periferia do nosso Sol. Uma definição mais abrangente de planeta pode ser um complicador também para aqueles que pesquisam outros sistemas de outras estrelas, os exo-planetas: sem uma limitação mais estreita, o número de corpos celestes assim classificáveis pode ser incontável. Quer dizer, em se tratando de Astronomia seria incontável de qualquer jeito, ou não? E tudo isso tem muito a ver com quais projetos e pesquisadores receberão mais verbas para pesquisa, of course.

(ii) uma decisão científica "votada" numa Conferência é um duro golpe nas Ciências que se pretendem puras ou exatas ou algo assim. Ou se tem um paradigma hegemônico, que se consolida por meio do debate e do convencimento entre os pares - e, vá lá, do método científico rigoroso - ou, então, que diferença faz? Há diversas teorias para um mesmo fenômeno, junta-se os lobbies e as bancadas de cada uma e vota-se?

De minha parte, estou nessa luta porque continuo achando que a decisão de rebaixar Plutão é xenofóbica e preconceituosa, "... motivada pelo medo do DIFERENTE - sua órbita não se encaixa nos padrões; pelo medo do que está na PERIFERIA; e pelo desprezo aos MENORES e aos CARENTES - Plutão não tem posses, digo satélites. O ocorrido se torna ainda mais revoltante porque por meio dele fecham-se também as possibilidades de INCLUSÃO soberana e cidadã de outros corpos celestes, como Xena e Caronte."


E nós brasileiros seremos fundamentais na resolução desta peleja! A próxima Conferência da União Astronômica Internacional (UAI, em português, IAU, em inglês, escolha à vontade) será no Rio de Janeiro, em agosto do ano que vem. A sociedade organizada, a voz rouca das ruas, todos estaremos lá para pressionar esses cientistas.

E que o próximo prefeito do Rio de Janeiro perceba a oportunidade histórica de dar show na organização desse evento como mais um passo rumo à Olímpiada!! Os holofotes estarão todos no Rio!!!

Axé.

A Rainha do Soul

Outro dia, num domingão de manhã - quer dizer, à tarde, porque o domigão pra mim começa meio-dia - fui rever o filme Irmãos Cara-de-Pau (The Blues Brothers). Um clássico, sensacional, John Belushi e Dan Ackroyd ótimos como sempre, e cenas memoráveis com James Brown, Ray Charles, John Lee Hooker, Aretha Franklin e por aí vai. E tem também a cena final, com a irrefutável MAIOR - é, MAIOR mesmo - cena de perseguição de carros de todos os tempos. Que continua na perseguiçao no prédio da Prefeitura - não achei no Youtube, mas está lá no final do trailer. Velozes e Furiosos, mordam-se de inveja.

Fui no YouTube depois do filme, fuçar vídeos desses gênios. E encontrei esta iluminada performance da jovem Aretha Franklin. Jovem, mas já plena em sua majestade.



Não há o que escrever ou comentar.

Apenas.
Arrepiem-se.

Axé.

O Funk do Ariano Suassuna

O sensacional Ariano Suassuna dispensa apresentações. Confesso que mais do que sua obra, ou seu vigor intelectual, o que mais me cativa no Ariano é o seu olhar irrequieto, meio de adolescente em pleno processo de descoberta contínua do mundo por aí. Quer dizer, não tem aquela empáfia de quem "já vi tudo isso antes", etc e tal.


Este vídeo, talvez vocês já tenham visto, mas é simplesmente hilário. Os DJs Rafael Mendes e Jacaré Banguela nos trazem mais uma prova irrefutável de que o pancadão do funk carioca torna dançante qualquer coisa, bula de remédio, obituário etc. Se bem que as palestras/entrevistas do Suassuna já são animadas por natureza. E ainda tem as famosas "aulas-espetáculo".

"Caros Amigos - Em meio a um bombardeio de informações, o que leva os estudantes a lotarem as suas aulas-espetáculo?
É porque eu falo a verdade. E eles sabem que não estou mentindo. Eles podem até discordar, mas sabem que aquilo é aquilo. Acho que a primeira coisa que faz os estudantes não terem raiva de mim é isso. Eles já estão cansados de ver velho mentindo."



"em redor do buraco tudo é beira!!!"

Axé

sábado, 5 de janeiro de 2008

Heróis Mirins, Vigilantes, Vampiros...

Não sei se vou dar conta de ser claro no que vou escrever agora. Até porque é provável que eu mude de idéia umas três vezes até o final do post. Mas estou preocupado com umas coisas.

Quem acompanha as revistas em quadrinhos sabe que está rolando um quebra-pau generalizado em torno da Lei de Registro de Heróis - a série conhecida por Guerra Civil. A briga consiste mais ou menos no seguinte: depois de algumas "pisadas na bola" dos heróis - gravíssimas, com centenas de mortos -, a opinião pública e o governo resolveram não tolerar mais os "efeitos colaterais" dos confrontos super-heróicos, como ruas, prédios e, às vezes, cidades destruídas. Algumas premissas são contundentes.

A maioria do Super-Heróis são pessoas que se consideram agentes da lei, mas não tem treinamento nenhum, não tem legitimidade junto ao Estado, e tem um poder de fogo desproporcional. Em suma, são uma afronta ao princípio de que só o Estado tem o poder de resolver conflitos pelo uso da força - no caso, a Polícia, o Exército etc. - e ao Poder Judiciário constítuido.

Esta questão está implícita há décadas nos gibis. O Homem-Aranha não é querido pela polícia, e sempre tem que fugir quando entrega algum bandido embrulhado em teia para os homens da lei. O Batman tem uma relação informal com o Comissário Gordon altamente discutível - você gostaria que o seu delegado de polícia tivesse um "telefone vermelho" com o Juvenal Antena? E a polícia de Gotham nunca gostou dessa história - assim que Gordon se aposentou, o novo Comissário mandou quebrar o BatSinal. O Professor Xavier acolhe, entre seus X-Men, vários foragidos da justiça - Wolverine, Vampira, Gambit, Juggernaut, Mística, até o Magneto de vez em quando faz as pazes e passa um tempo na Mansão. Basta pedir desculpas, jurar que estão arrependidos e regenerados - jurar ao Xavier, não à Justiça - e tudo bem. Ah, espancar e torturar informantes também é modus operandi frequente para Batman, Demolidor, Arqueiro Verde, Asa Noturna, sem falar no "uso excessivo da força" que o Wolverine faz em toda e qualquer luta. Claro, tem o SuperHomem que é adorado, assim como o Capitão América. Cada caso era um caso, até ontem. Agora o bicho pegou geral.

(Nos chamados "Quadrinhos para Adultos", essa questão já é desenvolvida há tempos, principalmente pelo escritor Alan Moore. A mais crua e objetiva, escrita no anos 80, coloca essa "enquadrada" dos heróis pelo Governo na mesma época do McCarthismo. "Watchmen" parte de um singela pergunta; "Who watches the Watchmen?" - "Quem vigia os Heróis?"

Outra premissa bastante séria é o lance das máscaras - ou das "identidades secretas", se preferirem. Os heróis, com razão, alegam que a máscara serve para proteger os parentes e amigos frágeis e sem poderes. A Tia May e a Mary Jane; Papai e Mamãe Kent; Alfred etc. Não deixam de ter razão. Oito entre dez namoradas do Demolidor já morreram, porque o advogado cego não é lá muito cuidadoso com sua identidade secreta. Esperto mesmo foi o cara dos Quatro Fantásticos, que arrumou poderes para a família toda - menos um problema pra se preocupar. E tem os que desistiram de uma vida particular, e são heróis em tempo integral - como o Capitão América, o Justiceiro, a Mulher Maravilha, e como o Batman seria se não precisasse do dinheiro do Bruce Wayne.

Mas... Policiais, juízes, promotores, politicos, ativistas verdes, militantes de todo tipo - não usam máscaras. Suas famílias correm os tais riscos o tempo todo. É perigoso, sim. Mas a solução seria dar máscaras pra todo mundo? Se Martin Luther King usasse máscara, talvez ele não tivesse sido morto - mas talvez a sua luta pelos Direitos Civis não tivesse ido tão longe.

Isso tudo significa que eu sou a favor da Lei do Registro no mundo do gibis? Não, mas por outras razões - fica prum outro post. Mas as premissas da Lei de Registro são muito legítimas. A implementação dela é que é, talvez, pior do que o soneto. Lembra um pouco a "Guerra contra o Terror", com direito até a uma prisão para heróis anti-registro no estilo Guantanamo e ao uso "seletivo" da Constituição. No nosso mundo real, tudo isso seria uma coisa muito complicada pra se pensar, de fato.

E então, finalmente, chegamos ao objetivo deste post, que é discutir a terceira premissa relevante da Lei do Registro: o que fazer com os jovens e crianças "super-heróicas"? De um lado, alguém tem que dar-lhes treinamento. De outro, cada herói mirim que surge é uma mensagem complicada a outros jovens. O Robin foi treinado por um dos melhores, já o Homem-Aranha aprendeu da pior maneira - com pessoas queridas morrendo à sua volta, e não estou falando só do Tio Ben. Mas, nos gibis, o tempo todo aparecem pré-adolescentes que, ao descobrirem seus poderes, vestem uma capa e saem por aí "salvando o mundo". Isso é perigoso, para eles e para o mundo.

Recentemente, tivemos dois guris - no mundo REAL - que resolveram bancar o Homem-Aranha e salvar vidas. Um garoto de cinco anos entrou num incêndio e salvou um bebê, semanas atrás. Agora, um garoto de quatro anos salvou a irmã de um ano de idade que caíra na piscina. Ambos estavam influenciados pelo heroísmo do Homem-Aranha, o preferido das criancinhas, ainda mais depois dos filmes. Todo mundo achou lindo, sensacional, jovens heróicos etc e tal. Ninguém deu atenção ao bombeiro falando que o guri não devia ter feito isso, que ele podia ter morrido no incêndio.

De vez em quando, alguma turma de psicopatas comete um crime, e usam como "desculpa" ou "álibi" o fato de que os caras eram "fãs de heavy metal" ou "jogadores de RPG". Há pouco tempo mesmo, apareceu no interior de São Paulo um "vampiro". Acho que demos muita, mas muita sorte mesmo, dos meninos-aranha não terem se machucado ou coisa pior. E acho que isso deveria ser ressaltado. Eles não ponderaram os riscos. Não avaliaram os prós e contras, ou qual o melhor caminho a percorrer, como um bombeiro ou mesmo um adulto comum sem treinamento faria. Eles simplesmente se arriscaram.

(Bem, o menino-aranha da piscina foi até esperto, ele não pulou na piscina sumariamente, ele se pendurou na borda, se esticou e pegou a irmã.)

NÃO acho que videogames violentos criem uma geração de pessoas violentas ou criminosas. NÃO acho que RPGs e livros tipo Senhor dos Anéis e Conan o Bárbaro nos atirem nos braços da magia negra. NÃO acho que Marilyn Mansion e Ozzy Osbourne mereçam ser processados quando algum adolescente se suicida - depois de matar coleguinhas na escola ou não. O que eu acho é que pessoas que confundem fantasia com realidade, vida e morte com "pontos" e "continues", precisam de acompanhamento, antes que aconteça o pior.

O parágrafo anterior se aplica a adultos e adolescentes, com certeza. Talvez a pré-adolescentes também. Mas essa minha opinião não se estende a criancinhas de três ou quatro anos. Nessa idade, a realidade está sendo construída, e construída pela experiência na maior parte do tempo. As criancinhas vão, sim, amarrar um pano vermelho no pescoço e pular do alto da estante, pensando ser o SuperHomem. Vão querer brincar com as armas dos pais, se elas as acharem. Podem matar acidentalmente um coleguinha, se quiserem fazer a "brincadeira do plástico" do Capitão Nascimento.

Ah, então você quer censurar tudo isso? Proibir as crianças de ver os filmes, de ler os mesmos gibis que você lia etc etc? NÃO. Só quero estressar um ponto fundamental que passou despercebido nisso tudo. Crianças de 3 ou 4 anos são absolutamente frágeis.

Será possível que não havia uma única pessoa por perto para impedir que um guri de cinco anos entrasse num incêndio?

...

Sem dúvida, é muito legal que os bons ideais e princípios dos heróis dos gibis estejam sendo absorvidos pelas criancinhas. Por outro lado, me assusto quando esses ideais são encarados ao pé-da-letra. O Homem-Aranha pertence ao inacreditável, ao sobrenatural, nós não temos poderes. Ser honesto, sensível e íntegro, como o Peter Parker, sim, é possível - mas sem aquela franja Emo, por favor.

Axé.

Mais um dos "Heroes"...

Em novembro, saiu uma notícia sobre um operário que caiu de um prédio, do sétimo andar, e só quebrou um braço. E foi aqui em Brasília!! Logo ali em Águas Claras.

Uau!

Mas aí, a sequência foi meio frustante - em termos de um novo super herói na praça, claro: O camarada ter sobrevivido continua sendo sensacional !! -, mas é que ele caiu na piscina do prédio vizinho.

Uau!

(Bem que eu achava que os prédios lá em Aguas Claras eram meio "perto" um do outro. Já pensou? Você fica naquele lance "voyeur" com a vizinha gata do prédio em frente, aí se ela der um tchauzinho pra ti é só pular da sua janela na varanda dela. Mas isso já é outra história.)

Mas a manchete hoje é que um equatoriano, peão de obra em NY, caiu de um andaime a 47 andares - é, 47 andares - e sem piscina. Se quebrou todo, mas sobreviveu e vai sair AN-DAN-DO do hospital em poucas semanas.

Isso sim merece um UAAAAU !!

A dúvida que resta é:
(i) o cara tem poderes de resistência ou fator de cura;
(ii) o cara voa mas não sabe aterrisar - ainda;
(iii) o bombeiro que o socorreu tem poderes de cura ou ressuscitamento;
(iv) não tinha piscina, mas ele conseguiu mergulhar num copo d´água, igual naqueles desenhos do Pica-Pau - ou do patolino, não sei...

Axé!